dire

dire

sábado, 28 de janeiro de 2012

CRÔNICA DE UMA PAIXÃO CRÔNICA





BENILSON ATAÍDE


Santa Maria, há tantas. Santa Maria, há uma só. Santa Maria de tantos Josés e inúmeras Marias, há varias pelo Brasil afora. Mas Santa Maria, dos fatos inusitados, de tantos talentos e de gente boa como Zé de Maria, violeiro e ambulante, "retra(r)tista" e amigo, há somente uma: A nossa Santa Maria da Vitória...

Que outra Santa Maria é SAMAVI? ( Pra lhe ser transparente, Homem de Vidro, nunca Vi!) que outra consegue prender tantos andarilhos com uma Só Corrente? João-come-tudo, aqui arrotou com liberdade... Maria Ré-Ré, usou a marcha correta quando percebera que deixava a cidade. Cidade Riso, na boca do povo a qualquer hora, em qualquer hora, porque Zelino Jega Yéia continua vivo e o cirquinho dele agora é itinerante. Está nas "resenhas" no bar de Tampinha, nas esquinas da Leopoldo, na Rua dos doidos, no Malvão, Macambira ou nas anedotas de Salvador. Não Salvador do Mercado Modelo, mas de Salvador do Mercado, somente. é verdade! Esta Santa maria da "Contraditória" é assim: "Rua de cima" na parte baixa da cidade; Seu Alto era baixo; Zé leite, negro: As Carrancas do Mestre, quanto mais feias mais beleza expressam. Grande é pequeno; Pequeno de Maria Alegre é grande na liderança de um coletivo que não pára no ponto.
Quem de sua água bebe, mais sede de viver tem. Quem abusou da Farmácia do Nelito, adoeceu e bateu as Botas..."
(Adeus ingrata: Santa Maria Bateu na Lapa!!!).

Belisca-me oh! Irmã de Morais, desperta-me para compor versos irreverentes que sinceramente, não parece com ninguém. Assim como o céu de Santa Maria que não parece com nenhum outro. È extremamente lindo! Estirado numa esteira, contemplo-o sem compromisso e talvez por isso, adormece em mim uma Poesia que insiste não virar poema. Que bom! Assim , cada qual pode descrevê-la a sua maneira, poeticamente falando. Santa Maria é assim, com a mesma liberdade que os mais velhos põem cadeira na porta, uma moça pula da cama, só de camisola, e sem hesitar, nos mesmos trajes, acompanha a Alvorada da 06 de Outubro pelas ruas da cidade até que , sobre os telhados lá pelo rumo de Sambaíba, surge um clarão anunciando mais um nascer de dia, nesta cidade encantadora que renasce a todo instante para proporcionar a seus filhos e moradores a maior Vitória da existência humana: A certeza de que viver, cercado de amigos, respirando o ar puro desta cidade é mais que gratificante, é SA-MA-VI-TAL!!!

Por essas e outras, confesso-te: "Amar-te-ei de coração,
Oh! Santa Maria, minha Terra, minha Razão!"
Parabéns pelos 96 anos!!! Um forte abraço do filho que te ama
Becê Ataíde


Nota do Blog: Santa Maria da Vitória (Bahia) completou 102 Anos em 2011, a bela crônica do Benilson foi escrita em 2005.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

ANO BOM



JULIO CAPILÉ


Estamos recebendo um ano novo. Um papel em branco para nele escrevermos parte de nossa história espiritual. Estamos consciente de que temos falhado em muita coisa durante o ano que findou. Alguns tiveram desditas, frustações, desentendimentos, dificuldades de toda ordem, mas , se fizerem um balanço entre o tempo de sofrimento e de alegria, estes estão sobressaindo. Tivemos lutas? Mas estamos aqui ainda em pé e com a obrigação de fazes deste ano um ano bom. Os antigos não cumprimentavam dizendo " Feliz Ano Novo" Chamavam o ano entrante de Ano Bom. Isto revelava a esperança  que sempre deve ser renovada de que tudo ocorrerá melhor no futuro.
Temos à  nossa frente trezentos e sessenta e seis dias bem novinhos à nossa  disposição  para enfeitarmos com nossos pensamentos e realizações. Com o conhecimento de nossas falhas anteriores podemos corrigir rumos, a fim de não insistirmos nas mesmas faltas. Mantendo-nos com pensamentos positivos teremos mais oportunidades de acertar. Somos falíveis, mas tenhamos em mente que não temos o direito de sofrer. Somos filhos de Deus e como tal, seus herdeiros. Deus não tem sofrimento e, consequentemente, não podemos herdar isso. Além disso, este mundo não é de sofrimento e sim , de provas e espiações. Portanto ,temos a obrigação de vivermos felizes.

Existem as pessoas que, psicologicamente, são sofredoras naturais. São incorrigíveis. Sofrem na alegria e na dor. São proprietárias das nosologias, cujos sintomas e desconforto, sentem. Dizem "a minha gastrite", "minha enxaqueca" . Em vez de dizerem que sentem a dor, dizem: sofro de dor no estômago, na coluna, nas pernas.  Portanto estão ligadas ao sofrimento e, dessa forma. às dores, aos desconfortos e, dessa forma, o mal estar aumenta. Se pensarmos sempre positivamente e usarmos o verbo sentir em vez de sofrer, minimizaremos todos os males. O sofredor vive pensando sempre em si mesmo e pesquisando sensibilidades. O não sofredor não dramatiza os males de que é acometido, e, assim, não sofre, ou por outra, suporta melhor as dores. não as apregoa e nem se queixa. O sofredor é queixoso.

Portanto, pensemos no bem e escrevamos as páginas deste ano com atos felizes , esforço para errarmos menos, boa vontade para com todos inclusive para com "os que nos maltratam e caluniam". Procuremos servir sempre, ter paz interior, evitar pensar no mal, praticar a caridade em todas suas nuanças, ter alegria de viver, procurar transmitir alegria em todos os ambientes em que estivermos, lutar por compreender nossos semelhante, usar só palavras que estimulam e confortam e amar tanto quanto possível a todas as pessoas. Se assim procedermos teremos no final um ano bom.

Deus é Felicidade, é Abundância, é Vida Plena. Portanto vivamos felizes. Temos a grande felicidade: somos filhos de um Pai que não tem defeitos!


Nota do Blog:  Júlio Capilé é um jovem médico de 96 anos.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ACEITAÇÃO



Desenrolei de dentro do tempo a minha canção:
não tenho inveja às cigarras: também vou morrer de cantar.

                                       CECÍLIA MEIRELES

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

MINUDÊNCIAS DIVINAS



Luiz Martins da Silva


Já por mim, é do meu feitio gostar de certas nódoas,


Postas como flagrar quando Deus desce das maiúsculas


E vem cear no orvalho das carícias sobre musgos,


Delícias de liquens sobre rugosas superfícies.


É nesses momentos de incontido júbilo


Que olho para os céus e, nos desenhos de nuvens,


Cismo de ver como entes voláteis, mas insinuantes,


Combinam devaneios de enviar para cá as substâncias.


Eu escrevo estas lereias como se fossem homilias


De um novo, mas velhíssimo culto do bucólico,


Afeito a contemplações de texturas caóticas,


Mas que são dos oráculos reveladoras trilhas.


Dos oceanos emanam atenções magnânimas,


Por vezes, pavorosos duelos de titãs.


Mas que no seu arrebatamento espetaculoso


Apenas revolvem e reciclam intimidades ínfimas.


N’outro dia, alguém sabendo-me desses bobos:


“Olha, fotografa, você que gosta desses troços...”.


Ora, eram radiantes recém-nascidos cogumelos,


Esgueirando-se inaugurais de uma tampa de esgoto.